Memórias de um Jogador : Donbass II – O dia em que eu joguei o SAR de verdade! – Soldado Anônimo

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DonBass II foi a segunda versão de um evento baseado na guerra civil da região de Donbass (que se localiza no leste da Ucrânia e no sudoeste da Rússia). DonBass II foi realizado na cidade de São Leopoldo e uma das coisas que me chamou a atenção para fazer a inscrição foi que as regras do evento seriam no estilo SAR (Simulação de Ação Real).

O SAR é a minha modalidade preferida no airsoft. Donbass II foi o único evento que realmente seguiu as regras conforme o manual. Nas regras SAR, vemos diversas características que demandam os jogadores pensarem mais em estratégia do que simplesmente entrar nos jogos para eliminar os adversários (como no estilo For Fun, por exemplo). Nas regras SAR, há controle da quantidade de munições (tanto para cada carregador, quanto para o número de carregadores a levar), regras para ferimentos localizados e classes de operadores (chamadas de “especialistas”), cada qual com a sua função.

Participei nesse evento com a minha M14 SOCOM (como assault), como especialista armeiro. Portanto, eu poderia carregar no máximo 300 bb’s, sendo 30 bb’s em cada carregador (mag). O especialista armeiro tem a capacidade de reabilitar as armas atingidas em combate. Na modalidade SAR, as armas atingidas por disparos ficam danificadas e o jogador não pode efetuar disparos com ela, até que ela seja reabilitada pelo armeiro. Para isso, eu tive que carregar comigo duas braçadeiras de metal (aquelas de fixar mangueira de gás) e uma chave de fenda. Esses acessórios permitem que o armeiro possa “consertar” a arma de qualquer jogador que foi atingida.

Desde o momento das inscrições, os exércitos já eram divididos entre russos e ucranianos. Eu entrei no exército ucraniano, juntamente com os companheiros do grupo “Jarhead”. Ao longo do evento, as missões eram passadas a cada exército, eram bem diversificadas. Uma das que mais me marcou era a missão que tínhamos em que coletar componentes químicos e depois destruir um morteiro. Tínhamos que fazer isso antes que o morteiro disparasse 10 vezes (cada disparo era efetuado num intervalo de 10 minutos). Durante o combate, a troca de tiros foi intensa enquanto, ao fundo, soavam os disparos dos morteiros. O tempo nublado e chuvoso lembrava uma atmosfera europeia de guerra e a imersão da experiência aumentava. Lembro-me do avanço rápido pelos prédios abandonados e o meu amigo Leonardo Fontinelle correndo de um lado ao outro, prestando atendimento aos feridos, pois ele era o especialista médico. No SAR não há mortos. O jogador sempre fica ferido em alguma parte do corpo. Se ele for alvejado na perna, não pode andar; se for alvejado no braço, não pode atirar ou mesmo falar ao rádio; se ele for atingido na cabeça ou no tronco, ele é considerado um ferido crítico. O médico, então, terá que enrolar ataduras nos braços ou pernas atingidos, ou se a cabeça e o tronco forem atingidos, a atadura tem que ser enrolada no tronco do jogador. Sempre que o jogador for curado pelo médico, ele volta às suas condições normais ao combate. Portanto, ele não morre, ele sempre é incapacitado pelos disparos (a não ser que tenha um limite para ferimentos críticos).

Também tive os meus momentos na função de especialista e precisei “consertar” a arma sniper de um dos jogadores, colocando uma das alças de metal no cano da arma (simbolizando o conserto).

Depois de coletados os produtos químicos, era hora de nos dirigirmos para o local dos morteiros e, no meio do caminho, a chuva aumentou. O morteiro estava localizado em uma espécie de estádio atrás de uma mata de taquaras. Ao adentrar na mata, fomos recebidos com disparos pela defesa dos Russos. Logo eu fui atingido na cabeça e um dos jogadores ucranianos conseguiu fazer uma proteção com um escudo balístico e eu pude retornar ao jogo pela cura de um dos especialistas médicos. Para variar, ao retornar ao combate a minha M14 SOCOM parou de atirar, tive então que sacar a Glock 17 para continuar a missão.

Por fim, conseguimos, ao longo do evento, completar todos os objetivos e missões. Donbass II foi o único evento que joguei que seguiu à risca as regras de SAR. Além disso, os exércitos se preparam antes do evento. Todos os jogadores estavam organizados em suas especialidades. Vários eventos e jogos abertos (ou fechados) de que participei “prometeram” SAR, porém quando chegamos ao local do jogo, a única regra SAR usada é de ferimentos e limite de munições em cada carregador. Sinto falta de eventos mais organizados nessa modalidade e sinto falta, também, de eventos em que os jogadores possam saber antecipadamente das suas missões para que o grupo possa organizar uma estratégia.

A modalidade SAR nos traz uma outra experiência de jogo muito diferente do que apenas correr e eliminar oponentes. Para quem gosta de realismo e estratégia e quer jogar de forma mais tática, SAR é uma das melhores modalidades. DonBass II provou ser um evento capaz de oferecer uma ótima experiência de SAR.

Matéria elaborada pelo Colunista: Soldado Anônimo.

Revisão ortográfica e gramatical: prof. Dra. Edilaine Lopes

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Colunista: Soldado Anônimo

Estou no airsoft desde 2016. Minha primeira AEG foi uma M14 SOCOM, símbolo do meu canal. Comecei em jogos pequenos puramente MILSIM e depois expandi para jogos maiores, abertos e eventos. Jogo principalmente como Marksman (DMR), mas também atuo na função de suporte (M60E4) ou assault (SCAR H) quando necessário. Desde 2019 eu faço parte da equipe do site airsoftrs. com, com muito orgulho, publicando matérias, vídeos e participando de podcasts.
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