CQB – Todos amam, alguns jogam, poucos entendem.

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INTRODUÇÃO
CQB – Close Quarter Battle ou CQC – Close Quarter Combat, as duas siglas são válidas e significam a mesma coisa, ou seja, batalha a curta distância e combate a curta distância. Mas porque tanta gente gosta do CQB em jogos de airsoft?

Eu atribuiria esse fato a três principais razões:
1. Normalmente campos de CQB estão localizados dentro das cidades, estão em prédios de fábricas ou galpões desativados, isso torna o acesso bem mais fácil aos jogadores de airsoft.
2. Durante os jogos em CQB não há necessidade de grandes deslocamentos.
3. Joga-se CQB em qualquer tempo e temperatura, pode estar chovendo granizo, fazendo frio de 4° Celsius ou calor de 40°, o CQB será o queridinho da maioria dos jogadores de airsoft, sempre.

Mas será que todos, ou pelo menos a maioria dos adeptos do CQB realmente entendem as dinâmicas que ocorrem durante uma partida? Será que ao se aproximar de uma porta que dá acesso a uma sala ou salão do prédio eles tomam os devidos cuidados para não serem detectados pelo inimigo? Será que o deslocamento desses entusiastas do CQB permite a eles chegarem em algum local sem serem percebidos? Será que esses jogadores que tanto amam o CQB conhecem as diversas formas e artimanhas para acessar um ambiente e eliminar seu inimigo antes que ele o faça? Neste texto pretendemos discutir e abordar estas e outras questões de grande valia para o esporte.

AS MODALIDADES DE JOGO
Muito se tem discutido em grupos de Whatsapp a questão das modalidades de jogos de airsoft, alguns se autodenominam de “speedeiros” (que jogam Speedsoft) e até possuem armas que são bastante diferenciadas da maioria, são armas coloridas, algumas sem a coronha, possuem um ROF muito alto com uma resposta de gatilho rapidíssima; outros se denominam “Forfunseiros” (que jogam for fun), outros ainda “Milsimseiros” (que jogam milsim), e assim por diante. Na modalidade Speed os jogos normalmente ocorrem em ambientes fechados e aí, o CQB é o ambiente propício a estes jogadores. Os praticantes do For fun, na verdade não possuem muita preferência por locais, para estes tanto um CQB quanto uma floresta ou mata é o ambiente preferido. O que conta, na verdade é poder correr e caçar os inimigos do jogo, embora prefiram também ficar nas imediações e não andar muito. Já os que gostam de um Milsim “bem pegado”, estes gostam de andar quilômetros, às vezes sem disparar um único tiro e cumprir a missão que lhes foi designada, querem estar num “cenário de guerra”, sentir-se um verdadeiro soldado.

Mas o que essa discussão sobre as modalidades ajuda no presente texto? Acredito que situar os jogadores de airsoft, os mais antigos e principalmente os mais recentes, numa conversa em que há muitos “lados” que às vezes são defendidos com muita paixão. O que vale é a diversão e cada jogador se diverte da forma que mais lhe apraz. Portanto, ninguém ou nenhuma modalidade é melhor ou menos aprazível que outra, apenas que cada pessoa ou personalidade irá sentir uma atração muito específica por uma ou outra modalidade. Eu aconselharia os mais novos adeptos do esporte a experimentar todas, jogar mais de uma vez em cada modalidade e ver o que mais lhe divertiu e fazer a sua opção sem criticar as outras modalidades. Eu até arriscaria a dizer que é bastante útil transitar entre todas elas, jogando mais de uma vez em cada modalidade.

O CQB NOSSO DE TODOS OS FINS DE SEMANA
Isso nos leva ao retorno da introdução deste texto, ou melhor ao seu título; “CQB – Todos amam, alguns jogam, poucos entendem”. Porque estou afirmando que “todos amam”? Lembra daquelas três razões que expliquei acima, na Introdução? Pois bem, facilidade, conforto, segurança; três simples razões para gostar muito de um local.

Seja qual for a sua modalidade de jogo preferida, você vai querer jogar num CQB por diversas razões. Mesmo os “milsimseiros” vestidos de militares e com toda a parafernália que faz jus a essa modalidade, ao jogarem num CQB, se sentem muito a vontade. Ao mesmo tempo dizer que “alguns jogam”, isso é relativo, pois às vezes é só que se tem numa cidade; um CQB, uma fábrica desativada, um galpão com maquinários abandonados com alguma porção de mata em torno do prédio, muitas vezes mal aproveitada pelos organizadores de jogos ou pelos próprios jogadores. Os jogos de fim de semana são sempre nestes lugares. Campos de mata é bem mais fácil de se conseguir organizar jogos. CQB já é um pouco mais difícil. Um campo misto, com CQB e mata no mesmo lugar é ouro.

Prosseguindo, no final do título eu digo: Todos amam, alguns jogam, “poucos entendem”. É justamente aí que gostaria de centralizar a minha tese, no “poucos entendem”.
Ora, num ambiente de mata, que por natureza é bem mais amplo e aberto, as técnicas utilizadas para uma progressão bem sucedida depende de outras técnicas, além do conhecimento do ambiente em si. Numa mata você precisa de algum treinamento para não ser eliminado logo nos primeiros minutos de jogo. Os perigos são outros, emboscadas, snipers, DMR, suporte.

Considero combates em matas muito mais difíceis do que em CQB mas, será que em CQB basta jogar de forma intuitiva para também não ser eliminado logo nos primeiros minutos? Será que não existe nenhuma necessidade de ser treinado, instruído? Ser eliminado num game de airsoft é do jogo, embora seja muito frustrante ser eliminado cada vez que se dá dois ou três passos. Então, ou se aprende a ser eliminado menos vezes jogando na tentativa e erro (o que por si só pode ser bastante demorado), ou se aprende alguns fundamentos que podem incrementar sua técnica de jogo e passar a ser eliminado um número bem reduzido de vezes.

Então vejamos, os ambientes de CQB por si só podem ser bastante reduzidos em tamanho, às vezes está situado em apenas um único prédio, num vasto terreno, o prédio pode ter muitas portas ou pouquíssimas, com quatro, cinco salas ou salões. Às vezes um CQB pode possuir dimensões muito maiores que um ou dois campos de futebol, cheio de subdivisões, obstáculos, entradas, janelas etc. Quanto mais amplo o CQB, maiores as chances de você ser visto à uma distância maior. Então ao invés de trabalharmos com os extremos, trabalhemos a nossa imaginação com a média.

UM EXERCÍO DE IMAGINAÇÃO
Imagine um prédio com dez salões interligados, todos eles possuem pelo menos duas portas de acesso e algumas portas internas de um local para outro, portas grandes e pequenas e algumas janelas que visam os corredores. As chances de você não ser visto durante a sua progressão são bem pequenas, se você estiver sozinho, pode ser atingido e eliminado já no primeiro embate. Se você sobreviver até a primeira porta de acesso, qual seria o seu comportamento, o que você teria que fazer para entrar nessa sala em busca de cumprir o objetivo do jogo? Seria bem melhor se você tivesse um companheiro de combate, não seria?

Foto cedida pelo colunista: Preparação para entrada tática

Então começaremos de novo. Você e seu companheiro de combate estão avançando passo a passo em direção à primeira sala, quais seriam os cuidados que você e ele teriam que tomar para realizar uma progressão bem sucedida nesse ambiente? Vamos lá, vou dar uma cola para essa pergunta, talvez se vocês avançassem cuidando do som que vocês emitem, os passos, o barulho do calçado no piso, cuidar a retaguarda (sempre tem o espertinho que deixa os inimigos passar e os atinge pelas costas, não tem?).

Ok, nada disso aconteceu (Nem o barulho, nem o espertinho) e vocês conseguiram chegar próximo à porta da primeira sala. Pergunta importante: E AGORA? Nessa sala existem ameaças? Se houver, onde elas estão: Quantas são? O que fazer para eliminá-las e seguir o caminho para o cumprimento da missão que foi dada lá no início do jogo?

(Fotos cedidas pelo colunista: Técnica de fatiamento)

Só essas perguntas já podem nos suscitar muitas, muitas dúvidas e perceber que realmente sabemos bem pouco ou quase nada de CQB. Daí decorre outra questão: como e onde podemos buscar mais conhecimento e treinamento de técnicas de CQB? Quais técnicas estão disponíveis hoje para conhecimento e prática de CQB?

Não devemos esquecer que embora as pessoas que gostam do For Fun joguem pela diversão, assim como se joga futebol na várzea, se pode obter um desempenho melhor com algumas dicas técnicas, assim como no futebol, para se bater um pênalti há uma ou mais técnicas, e os batedores que treinam essas técnicas conseguem marcar mais gols que os que não treinam.

No CQB vale a mesma regra, com algumas técnicas e treinos específicos se podem obter mais sucesso num jogo, do que quem nunca treina. Conhecimento nunca é demais e técnica sempre é melhor que achismo ou intuição.

Matéria: Richardson Luz.
Policial Civil – Instrutor de CQB – Jogador de airsoft a 7 anos.
Instrutor na Academia de Polícia do RS.
Arte da Matéria: Joelmir Scheleski/ Richardson Luz.


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About Post Author

Colunista: Richardson Luz

Richardson Luz é capitão da equipe Predators Milsim Team e gosta de pesquisar sobre assuntos diversos inerentes ao esporte tais como; jogos em larga escala, eventos, customização de armas, regras Milsim e SAR, elaboração de treinamentos e manuais.
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